Encontrei-me com Jesus num jardim Nunca vi nada tão lindo assim Minhas dores entreguei em suas mãos! E Jesus foi falando pra mim Das feridas que eu recebi não saíram sangue nem dor Foi por isso que o mal eu venci Porque delas só saia amor Foi sempre o meu amor Foi por você que eu me deixei ser tão chagado e ferido Por isso sinta-se amado e querido Pois é o meu amor que cura sua dor Foi por você que na cruz meu sangue foi derramado Por isso sinta-se querido e amado Pois é o meu amor que cura sua dor Que cura sua dor Então Jesus pediu-me assim Que as mágoas que estivessem em mim Que delas não saíssem mais dor E de hoje em diante só saísse amor Que seja sempre assim Foi por você que eu me deixei ser tão chagado e ferido Por isso sinta-se amado e querido Pois é o meu amor que cura sua dor Foi por você que na cruz meu sangue foi derramado Por isso sinta-se querido e amado Pois é o meu amor que cura sua dor Que cura sua dor
Qualquer
reflexão sobre o Céu é apenas uma pálida ideia. A mente humana
não é capaz de compreender, de todo, o que existe a espera dos que
Amam a Deus.
O
que é o Céu:
§1721
“Deus nos colocou no mundo para conhecê-lo, servi-lo e amá-lo e,
assim, chegar ao paraíso. A bem-aventurança nos faz participar da
natureza divina (l Pd 1,4) e da vida eterna. Com ela, o homem entra
na glória de Cristo e no gozo da vida trinitária.
§1027
Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os
que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação. A
Escritura fala-nos dele em imagens: vida, luz, paz, festim de
casamento, vinho do Reino, casa do Pai, Jerusalém celeste,
Paraíso...” (Catecismo da Igreja Católica)
No
Livro Imitação de Cristo há a seguinte reflexão sobre o Céu:
“Ó
bem-aventurada mansão da cidade celestial! Ó dia claríssimo
da eternidade, que nenhuma noite escurece, mas que sempre
brilha com os raios da soberana verdade! Dia sempre alegre,
sempre seguro, cuja felicidade não terá mudança. Oh! quem
me dera ver amanhecer este dia e passarem já as sombras das
coisas perecedoras! Este ditoso dia já luz para os santos com seu
eterno resplendor, porém, para nós, viajantes no deserto deste
mundo, só de longe vislumbra e, como entre sombras, nos aparece...
Quando gozarei da verdadeira liberdade sem impedimento
nem embaraço de corpo e de espírito? Quando possuirei essa paz
sólida, essa paz imperturbável e segura, essa paz interior e
exterior, paz de todo permanente e invariável? Ó bom Jesus,
quando me será dado vê-lo?Quando contemplarei a glória de
vosso reino? Quando me sereis tudo em todas as coisas? Quando
estarei convosco no reino que preparastes desde toda eternidade
para os que Vos amam? (Mt 25,34) Ai! Pobre e desterrado me vejo em
terra inimiga, onde há guerra contínua e grandes infortúnios”.
(Imitação de Cristo – c.
XLVIII – Livro III)
A
grande Santa Faustina teve visões do Paraíso, vejamos o que ela
escreveu em seu diário:
Hoje
estive no Céu, em espírito, e vi as belezas inconcebíveis e a
felicidade que nos espera depois da morte. Vi como todas as criaturas
prestam incessantemente honra e glória a DEUS. Vi como é grande a
felicidade em DEUS, que se derrama sobre todas as criaturas,
tornando-as felizes, e então, toda honra e glória procedente da
felicidade volta à sua fonte e penetram na profundeza de DEUS,
contemplando a Sua Vida interior: o PAI, o FILHO e o ESPÍRITO
SANTO, a quem jamais poderemos compreender ou sondar. Essa fonte de
felicidade é imutável em sua essência, mas está sempre nova,
jorrando para a felicidade de todas as criaturas. Compreendo agora o
dizer de São Paulo: “Nem o
olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais penetrou no coração do
homem o que DEUS preparou para aqueles que O amam”.(1 Cor 2, 9)
(Diário parágrafo 777
– página 228)
O SENHOR
me deu a conhecer uma única coisa que, a Seus olhos, tem valor
infinito, que é o amor a DEUS. Amor, amor e sempre amor, nada pode
ser comparado com um só ato de puro amor a DEUS. Ó, que
inconcebíveis favores DEUS concede à alma que O ama sinceramente.
Ó, feliz a alma que desfruta já aqui na Terra de Seus especiais
favores, essas almas são as almas pequenas e humildes. (Diário
parágrafo 778)
Essa
grande Majestade Divina, que conheci mais profundamente e que os
Espíritos Celestes glorificam de acordo com o grau de graça e a
hierarquia em que se dividem, não causou a minha alma nem terror nem
medo, ao contemplar essa potência e admirável grandeza de DEUS,
não, não, absolutamente não. A minha alma ficou repleta de paz e
amor e, quanto mais conheço a grandeza de DEUS, tanto mais me alegro
por ELE ser assim. E me alegro imensamente com Sua grandeza, e me
alegro por eu ser tão pequenina, por que pelo fato de ser pequena
ELE me toma nos Seus braços e me conserva perto do Seu CORAÇÃO.
(Diário parágrafo 779)
Ó meu
DEUS, quanta pena tenho das pessoas que não crêem na vida eterna!
Como rezo por elas para que também sejam envolvidas pelo raio da
misericórdia e mereçam o abraço paterno do CRIADOR. (Diário
parágrafo 780 – página 228)
Portanto
o Céu é real! Como fazer para ir para o Céu? Um homem fez essa
pergunta a Jesus:
“Mestre,
que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Disse-lhe Jesus:
Por
que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é
bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos.
Quais?,
perguntou ele. Jesus respondeu: Não matarás, não cometerás
adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu
pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo.(Mateus
19, 16-19)
Termino
essa reflexão sobre o Paraíso com um maravilhoso Coro, O Coro dos
Anjos, da ópera Menfistófeles de Arrigo Boito:
Existem
pessoas que, quando morrem, não estão ainda preparadas para "ver
a Deus face a face", elas estão salvas, eram boas pessoas, mas
tem ainda algumas faltas que, ainda que leves, as impedem de ir directamente ao Céu.
Então
vão para o purgatório, onde vão passar por um processo de
purificação de suas almas, através de um fogo purificador, vão
expiar seus pecados até que possam finalmente ver a Deus.
Como
se pode perceber claramente, essas almas, apesar de salvas, estão em
grande sofrimento. O maior sofrimento delas é o anseio de estar finalmente na presença de Deus.
“Os
que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão
completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação
eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de
obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.
A
Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que
é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja
formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no
Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos
textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo
purificador:
No
que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do
juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a
Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfémia
contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século
nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir
que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo
que outras, no século futuro.
Este
ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos,
da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas
Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que
haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado"
(2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos
defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício
eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão
beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as
indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-lhes
socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram
purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de
que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma
consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em
oferecer nossas orações por eles.
As
penas do pecado
Para
compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso
admitir que o pecado tem uma dupla consequência. O pecado grave
priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos toma
incapazes da vida eterna; esta privação se chama "pena eterna"
do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um
apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na
terra, quer depois da morte, no estado chamado "purgatório".
Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do
pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie
de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma
consequência da própria natureza do pecado. Uma conversão que
procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do
pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.”
(Catecismo
da Igreja Católica, 1030 – 1032 e 1472)
Vale
a pena ressaltar queDeus
é três vezes Santo, o
Santo dos Santos, sendo impossível conviver com o impuro, por isso a
necessidade dessa purificação das almas. É um sinal da
misericórdia de Deus.
Devemos
rezar pelas almas que estão no purgatório, porque precisam muito de
nossas orações para poderem ir para o Céu. "Elas oram sem cessar
por si mesmas, mas essa oração não é mais válida" (Diário de Santa Faustina - Visão do Purgatório, n.20). Se oferecermos
orações, missas e sacrifícios, suas penas podem ser atenuadas.
Voltemos
a esse piedoso costume, rezemos
pelas almas do purgatório!